10 maio 2008

NOVAS OPORTUNIDADES

Ludgero Marques critica função "estatística" das Novas Oportunidades

Santa Maria da Feira, 09 Mai (Lusa)

«O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Ludgero Marques, defendeu hoje a necessidade de haver "verdade" na educação e formação em Portugal, criticando a função meramente "estatística" do programa Novas Oportunidades.

"Não se deve desvirtuar a qualificação com propostas de formação, ou de novas oportunidades, que nos podem servir apenas para questões de estatística. É bom que haja definitivamente verdade na educação e formação em Portugal", afirmou Ludgero Marques em Santa Maria da Feira, na cerimónia comemorativa dos 159 anos da AEP.

Ludgero Marques, que termina no final de Maio o seu último mandato enquanto presidente da AEP, definiu a "falta de qualidade dos recursos humanos" como "o mais grave problema do País" e das empresas portuguesas.

"Mais de 90 por cento das nossas empresas não têm trabalhadores e quadros que possam responder às necessidades das exigências da economia. E não tenho dúvida que, se a qualificação dos trabalhadores fosse melhor, os empresários e gestores teriam obrigatoriamente de ser melhores", salientou.

"Os novos países que aderiram à União Europeia, com as qualificações que têm, vão todos ultrapassar-nos, exactamente por terem uma formação muito melhor que a nossa", acrescentou.

O presidente da AEP afirmou que também há quem não compreenda porque é que uma empresa com trabalhadores e quadros de "baixíssima qualificação" não os pode "substituir por outros qualificados no desemprego", "inviabilizando a recuperação da empresa e provocando, quantas vezes, a falência da mesma".

Para Ludgero Marques, "não são as empresas que têm de zelar pela educação em Portugal", nem são os empresários que fazem as reformas.

"Os nossos governantes têm de fazer mais e não podem adiar a tomada de decisões", frisou, reconhecendo que "também as associações empresariais têm de mudar".

"A minha maior frustração na área do associativismo foi não ter conseguido a formação de uma confederação única em Portugal, capaz de representar as empresas portuguesas nas diversas instituições nacionais e internacionais, com qualidade e utilidade", lamentou.

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, reconheceu que há em Portugal "um défice de qualificação dos recursos humanos, que, infelizmente, demora mais tempo a ser resolvido....»

FZ.