21 agosto 2008

2008_ TAMBÊM HOJE O POVO PORTUGUÊS PRECISA EXPULSAR INVASORES E TRAIDORES!

Agosto de 1808, Bicentenário da Batalha do Vimeiro


Na sequência do vasto movimento popular que se organizou em Portugal contra os invasores franceses, os ingleses, comandados por Wellesley; dispuseram-se a colaborar na Guerra Peninsular e desembarcaram, primeiro na Galiza e depois próximo da Figueira da Foz. Perante as intenções das tropas francesas de atacar as forças portuguesas rebeldes, Wellesley dirigiu-se para sul na tentativa de atingir Lisboa, passando por Alcobaça, Óbidos e Torres Vedras. Aqui, esperava receber reforços da esquadra inglesa que se encontrava perto da costa. Porém, no dia 17 de Agosto de 1808, vê-se obrigado a combater um destacamento francês na povoação da Roliça (Bombarral). Em vez de perseguir os franceses até Torres Vedras, o general inglês optou por seguir ao longo da costa e instalar-se no Vimeiro, com o intuito de proteger o desembarque de tropas britânicas na praia de Porto Novo.De facto, nesta praia desembarcaram duas brigadas de tropas inglesas (as brigadas Anstruther e Anckland), na véspera e na madrugada do dia da batalha (20 e 21 de Agosto). Ainda nesse mesmo dia e nos seguintes, desembarcaram na mesma praia proeminentes figuras do exército britânico: os tenentes-generais Sir Harry Burrard e Sir Hew Dalrymple e o General Moore, comandante de toda a divisão de reserva.

Vimeiro/200 anos: Batalha histórica é recordada com centro interpretativo- A aldeia do Vimeiro, na Lourinhã, comemora esta quinta-feira os 200 anos da batalha que celebrizou a localidade, com a abertura de um centro de interpretação que explica como se travou o confronto contra os invasores franceses.O centro está construído junto ao morro da colina onde se deram as lutas e tem vista privilegiada sobre o campo de batalha com o objectivo de explicar aos visitantes como decorreram os acontecimentos que marcaram o início da expulsão dos franceses. A batalha de 21 de Agosto de 1808 foi travada durante a Guerra Peninsular entre as tropas de Junot (13 mil homens) e as luso-britânicas de Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington (18 mil homens), na sequência da primeira invasão francesa. Na altura, o general Junot tinha ocupado Lisboa e assumido a presidência do conselho de Governo.A batalha do Vimeiro, que surpreendeu os franceses pela estratégia utilizada e onde os ingleses testaram um novo tipo de bala explosiva, feita na Escócia, aconteceu quatro dias após a batalha da Roliça (Bombarral) onde os franceses sofreram a primeira derrota face ao exército luso-britânico, explicou à Lusa o historiador Rui Filipe.Após a batalha da Roliça, o general Wellesley tem a informação que vai receber reforços que vão desembarcar em Paimogo e Porto Novo, junto à Lourinhã e ao Vimeiro."A ideia era chegar a Lisboa e dominar a capital e os ingleses optam por colocar tropas no Vimeiro para dar protecção ao desembarque que ia ocorrer ali perto", explicou Rui Filipe que há vários anos investiga a batalha do Vimeiro.O desembarque acabou por não ser rápido devido à forte ondulação registada naqueles dias e entre 19 e 21 de Agosto os franceses (que estavam em Torres Vedras) decidem vir combater para o Vimeiro.Os franceses chegam às proximidades do Vimeiro na noite de 20 para 21 de Agosto.No cimo da colina do Vimeiro, Weslley colocou ingleses e portugueses em posições defensivas com peças de artilharia e sentinelas espalhadas pelos campos, dando a ideia de que seriam poucos os homens disponíveis para o combate.Quando os franceses se aproximaram do local, decidem fazer um ataque frontal à colina porque avistam apenas um reduzido número de tropas."Os franceses vão ser surpreendidos pela táctica de simulação que Wellington vai usar até à batalha final em Waterloo", relatou Rui Filipe."Pelo que é dado a observar não será difícil o combate mas na realidade não sabem o que está por detrás da colina onde se esconde um elevado número de tropas", acrescentou.O exército luso-britânico avança rapidamente e dispara sobre os franceses provocando a sua retirada.No dia 22 de Agosto, os generais Wellesley e Kellermann assinaram, na Maceira (junto a Porto Novo), o acordo de cessar-fogo, depois ratificado sob a designação de Convenção de Sintra, que permitiu às tropas francesas saírem do país e levarem consigo os saques feitos durante a ocupação.As memórias da sangrenta batalha fazem ainda hoje parte da povoação do Vimeiro e são visíveis na toponímia da localidade com nomes como "Lagoa de sangue" ou "Pinhal de Trombeta".Duzentos anos depois do confronto, dezenas de balas e outros vestígios ainda aparecem nos terrenos do campo da batalha.A população tem sido convidada a doar o espólio que encontrou ao longo dos anos para fazer parte da exposição permanente do novo centro de interpretação da batalha.A exposição mostra uma centena de balas de chumbo, duas balas de canhão, botões de fardas, fragmentos de granadas e de um novo tipo de bala explosiva, que segundo o historiador foi utilizado pela primeira vez no Vimeiro.O centro possui ainda um painel de azulejo que retrata uma cena da batalha, pintado pelo artista local Salvador Ferreira e vai abrir com uma exposição do Museu Militar intitulada "As Batalhas da Roliça e do Vimeiro no âmbito da 1ª Invasão".No futuro, adiantou o presidente da câmara da Lourinhã, José Custódio, o centro "disporá de uma biblioteca e de conteúdos multimédia que poderão ser visionados no auditório". O novo equipamento servirá também as dezenas de turistas, sobretudo ingleses, que anualmente visitam o Vimeiro em busca de informações sobre a batalha e que apenas encontravam um monumento a assinalar o primeiro centenário.ZO.


Lusa/Fim